Se Deus quer a vocação, é Ele quem a sustenta
“Se Deus quer a vocação, é Ele quem a sustenta”. Foram com estas palavras que o Santo Padre, o Papa Bento XVI, se dirigiu aos seminaristas durante sua visita pastoral a Alemanha, sua terra natal.
Com voz corajosa, o Pontífice anunciou ao mundo inteiro que “onde há Deus, há futuro”. Sim, quando Deus ainda tem espaço no mundo o futuro está garantido, a alegria que vem do coração de Jesus torna-se nossa maior esperança. E é essa alegria, verdadeira e tão excelsa, que aqueles que foram chamados a vocação sacerdotal devem suplicar.
O Senhor, com voz generosa, nos chama e cabe a cada um de nós responder com igual generosidade. De fato, o nosso coração só encontrará repouso quando se encontrar com o amor infinito de Deus. A graça do Sacramento da ordem é muito grande para que possamos compreender. Dizia o Santo Cura d'Arns, padroeiro de todos os Padres, lembrado pelo Papa Bento XVI na inauguração do Ano Sacerdotal: “Oh como é grande o padre! Se lhe fosse dado compreender-se a si mesmo, morreria. Deus obedece-lhe: ele pronuncia duas palavras e, à sua voz, Nosso Senhor desce do céu e encerra-se numa pequena hóstia”. Dizia ainda o Papa: E ao explicar aos seus fiéis a importância dos sacramentos, dizia: “Sem o sacramento da Ordem, não teríamos o Senhor. Quem O colocou ali naquele sacrário? O sacerdote. Quem acolheu a vossa alma no primeiro momento do ingresso na vida? O sacerdote. Quem a alimenta para lhe dar a força de realizar a sua peregrinação? O sacerdote. Quem o há de preparar para comparecer diante de Deus, lavando-a pela última vez no sangue de Jesus Cristo? O sacerdote, sempre o sacerdote. E se esta alma chega a morrer, quem a ressuscitará, quem lhe restituirá a serenidade e a paz? Ainda o sacerdote.”
O maior milagre que pode existir é, indubitavelmente, o de um Deus, que é tão grande, descer dos céus e encerrar-se em um pedaço de pão e em um cálice de vinho. Sim, é através do ministério sacerdotal que o Senhor cumpre-nos essa promessa: “eis que estarei convosco, todos os dias, até a consumação dos séculos.” É o sacerdote também, que em nome de Cristo e sua amada Igreja, perdoa os pecados através da confissão. O penitente rasga diante do Padre seu coração e expõe suas misérias e é, por admirável bondade e misericórdia de Deus, que um homem, também pecador, por suas mãos restabelece a dignidade dos filhos de Deus concedendo-lhes o perdão de suas faltas.
Por ocasião do início de seu ministério Petrino, o Santo Padre dizia, lembrando o saudoso Beato João Paulo II: “Não tenhais medo de escancarar as portas de vosso coração a Cristo.” O Senhor Deus espera de nós uma reposta, ele confia, a cada um que chamou a vocação sacerdotal, a missão de apontar o céu, de mostrar a alegria verdadeira que vem somente dele. De anunciar ao mundo que Deus está presente na história e que nosso futuro depende do dele. Deus é generoso, não tira nada daqueles que respondem com generosidade, mas antes, “dá tudo, cem vezes mais”.
Apesar de nossos pecados, Deus nos chama! Ele sustentará nossa vocação através da Santíssima Eucaristia e da prática dos sacramentos. A Santa Igreja, fundada por nosso Senhor, precisa de nós. Respondam, digam seu sim e entreguem-se a esse amor incondicional de Deus por nós, encerrado no altar, que deve ser nossa maior alegria, a “alegria da nossa juventude.”
Renan Augusto Gonçalves Teixeira.
Seminarista do 2º ano de Filosofia da Diocese de Piracicaba.